Agora já estamos em meados de junho de 2006.
Retornando do Brasil, eu e meus irmãos fomos morar temporariamente de favor na casa dos tios. Hora de procurar casa e emprego.
Era a época do boom do petróleo e pessoas do Canadá inteiro estavam vindo pra Alberta, a província mais próspera, pra procurar emprego. Isso gerou um déficit enorme de moradias.
Graças a uma amiga brasileira, o condomínio nos passou na frente de muita gente e nos alugou um apartamento.
O emprego me veio rápido: Entrega de Drywall (compensados de gesso, cerragem, cimento e fibras pra fazer paredes das casas). 3 dias depois, consegui que contratassem meu irmão pra trabalhar no depósito, selecionando produtos encomendados.
O trabalho era pesado, mas o pior é que drywall é frágil. Tinhamos de entregar a quantia certa no cômodo que o cliente quisesse. Isso requer muito cuidado no transporte manual (o caminhoneiro e ajudante carregando do caminhão pra dentro da casa). Tinhamos de subir e descer escadas carregando a desgraça sem quebrar. Resultado: quebravamos a coluna, ma não o drywall.
O caminhoneiro era o chefe da dupla; era cobrado pelo tempo e desempenho; era qem ficava com o rádio sendo cobrado pelo despachante.
Cansei de trabalhar com vagabundos. Quase todos estrangeiros, e, pra vergonha minha e do meu irmão, um brasileiro vagabundo que não falava inglês... Sobrava pra nós traduzir as broncas, e cobrança dos demais empregados pra forçá-lo a trabalhar.
Não sei como vocês me vêem, mas eu me julgo educado. Cansei de expulsar ajudantes que mexiam (de forma muito grosseira) com as meninas na rua. Cansei de expulsar vagabundos do meu caminhão.
A empresa cansou do brasileiro vagabundo no caminho selecionando encomendas. Colocaram ele como meu ajudante. Ficou 3 dias. Se não quer trabalhar, cai fora que isso é favor pra mim. Expulsei mais um.
Sabendo que seria demitido, me chingou um monte em português e inglês, me cumprimentou com o dedo do meio e pediu demissão.
Após 5 meses quebrando a coluna pra não quebrar o maldito produto, não agüentei. Pedi demissão. 5 semanas indo pelo menos 3 dias por semana no quiropracta arrumar a coluna.
Chegou a hora de procurar outro emprego que também* despejasse money a torto e a direito no meu colo.
* descobri mais tarde que a concorrência pagava cerca de 50% a mais.
Retornando do Brasil, eu e meus irmãos fomos morar temporariamente de favor na casa dos tios. Hora de procurar casa e emprego.
Era a época do boom do petróleo e pessoas do Canadá inteiro estavam vindo pra Alberta, a província mais próspera, pra procurar emprego. Isso gerou um déficit enorme de moradias.
Graças a uma amiga brasileira, o condomínio nos passou na frente de muita gente e nos alugou um apartamento.
O emprego me veio rápido: Entrega de Drywall (compensados de gesso, cerragem, cimento e fibras pra fazer paredes das casas). 3 dias depois, consegui que contratassem meu irmão pra trabalhar no depósito, selecionando produtos encomendados.
O trabalho era pesado, mas o pior é que drywall é frágil. Tinhamos de entregar a quantia certa no cômodo que o cliente quisesse. Isso requer muito cuidado no transporte manual (o caminhoneiro e ajudante carregando do caminhão pra dentro da casa). Tinhamos de subir e descer escadas carregando a desgraça sem quebrar. Resultado: quebravamos a coluna, ma não o drywall.
O caminhoneiro era o chefe da dupla; era cobrado pelo tempo e desempenho; era qem ficava com o rádio sendo cobrado pelo despachante.
Cansei de trabalhar com vagabundos. Quase todos estrangeiros, e, pra vergonha minha e do meu irmão, um brasileiro vagabundo que não falava inglês... Sobrava pra nós traduzir as broncas, e cobrança dos demais empregados pra forçá-lo a trabalhar.
Não sei como vocês me vêem, mas eu me julgo educado. Cansei de expulsar ajudantes que mexiam (de forma muito grosseira) com as meninas na rua. Cansei de expulsar vagabundos do meu caminhão.
A empresa cansou do brasileiro vagabundo no caminho selecionando encomendas. Colocaram ele como meu ajudante. Ficou 3 dias. Se não quer trabalhar, cai fora que isso é favor pra mim. Expulsei mais um.
Sabendo que seria demitido, me chingou um monte em português e inglês, me cumprimentou com o dedo do meio e pediu demissão.
Após 5 meses quebrando a coluna pra não quebrar o maldito produto, não agüentei. Pedi demissão. 5 semanas indo pelo menos 3 dias por semana no quiropracta arrumar a coluna.
Chegou a hora de procurar outro emprego que também* despejasse money a torto e a direito no meu colo.
* descobri mais tarde que a concorrência pagava cerca de 50% a mais.
5 comments:
Você realmente é muito educado, fico imaginando a cena, vc expulsando os caras... aqui no Brasil, os entregadores andam em bando. Qdo faço compras online, vem o motorista e 2 entregadores, o motorista não carrega nada... e mesmo marcando hora, ainda atrasam, sem falar que da última ve esqueceram metade das carnes! A falta de profissionalismo é de doer...
Ai Lucia...
Algumas coisinhas que cliente tem de entender:
1- Caminhoneiro não seleciona carga. Estão selecionando enquanto ele está entregando ou fora de serviço. Caminhoneiro não sabe o que vc encomendou, sabe o que está no caminhão pra te entregar.
A Coca-Cola tem muitos e muitos produtos, vc nem imagina. Sempre falta algo no estoque (Nenhuma fábrica faz tudo; todas as fábricas trocam produtos entre si). Quando um cliente faz uma encomenda e o produto falta, quem fez a seleção do produto dá o código do produto insuficiente pro caminhoneiro dar crédito quando descobrir pra qual cliente a carga está incompleta. Óbviamente é culpa do caminhoneiro por não ter carga no estoque!
2- Caminhoneiro não decide a rota, entrega na ordem pré-definida pela empresa (ordem que a carga foi colocada, e distribuição de peso. Caminhão desequilibrado tomba fácil)
3- Trânsito e rota pra caminhão: Nem sempre podemos usar o caminho mais perto e trânsito quase nunca colabora com o cronograma...
4- Temos inúmeros clientes por dia... Todos querem pontualidade na nossa chegada, mas pensam que temos todo tempo do mundo pra esperar por uma assinatura (Já tive de esperar 1 hora após entrega completa) e pagamento. Se estão ocupados com outra coisa, muitos clientes não para um segundo pra assinar "pra não se atrasarem".
Isso atrasa pra todos os demais clientes do dia.
É claro, não defendo o caminhoneiro por não ajudar com as entregas, mas, quanto à cronograma e encomenda imcompleta, são coisas que estão fora do controle deles.
Bem, na Coca-Cola, todos os meus chefes foram caminhoneiros e sabem o que a gente passa. Nas outras empresas que trabalhei, sempre tinha cliente gritando num ouvido, e despachante no outro por causa do cronograma.
Captain Forr
Oiê!
Nâo sei se por aqui funciona da mesma maneira, mas outro problema que o caminhoneiro passa é que ele é o 'rosto' da empresa, daí acaba sobrando p´ra ele mesmo, rsrsrsrs.
Viu, o Claudio mandou avisar que não era ele que jogava papelzinho em você, hahahaha.
Bjo!
Ah! Tem selinho p´ra vc lá no blog, mesmo que vc não queria postar, é de coração! Você é legal! rsrsrs
Nossa a situacao e mesmo dificil, alem da carga pesada fisica, a que mexe com nossos principios e ainda com nosso conforto moral! Puts e ainda saber mais tarde que a concorrencia pagava melhor... a gente se deica duro e depois ve o que poderia ser melhor...
bjus
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