Wednesday, April 1, 2009

Canadá- Terra da vida fácil e $ sem limites... Parte 2

Continuação... Pra fazer sentido, recomendo que vc leia o post anterior antes deste.
Sete semanas mais tarde tirei o gesso. Uma perna de Roberto Carlos (jogador), outra de saracura. Um pé pra frente, outro pro lado. O médico dizia que era por causa do tempo no gesso - músculos atrofiados.
Mais 8 dias trabalhando no cortume, ganhando pouco mais que um salário mínimo (valor por hora, não por mês... Poucas horas trabalhando no mmês = salário minúsculo).
Bem, eu já disse, estava fora de forma e não aompanhava o ritmo dos outros operários. Com o pé naquele estado, não aguenava carregar os 2 baldes de 20 kg de sal cada. Enfim, era mandado pra casa cedo todo dia.
Abandonei o emprego. Precisei alguns dias pra perder o cheiro de porco (apesar dos banhos normais e de piscina (pra ficar no cloro) e poder me aproximar das pessoas.
O empréstimo saiu. Me mudei pra Calgary pra fazer o curso, mas agora estava desempregado e endividado.
Comecei o curso. Andava de bicicleta emprestada, porque não tinha dinheiro pra ônibus. Ia pra escola no frio, na chuva, sempre de bicicleta.
Não conseguia emprego por causa dos horários malucos das aulas.
Enfim, economizava cada moeda (literalmente) que podia. Pagava aluguel e comida com $ emprestado. A coisa estava ficando preta. Financeiramente eu estava encrencado.
Um desses dias, comprei comida pro mês e contei o dinheiro restante: 15 dólares em cédulas, e 84 dólares em moedinhas economizadas. Minhas moedinhas eram minha esperança...
Será?
Encontrei um missionário sufocado financeiramente. Tenho certeza que foi Deus quem me mandou fazer o que tinha que ser feito. Lá se foram minhas moedinhas. Agora, só tinha C$15 pra sobreviver o resto do mês. Sem saber, meu irmão me deu mais C$10!
Mas Deus é Fiel. Dois dias depois, fiquei sabendo de uma agência de trabalhos temporários, onde mandam pessoas que querem trabalhar pra serviços aleatórios. Hoje trabalha aqui, amanhã, ali...
Me mandaram pra uma empresa de paisagismo muito boa, onde o chefe gostou de mim e pediu que eu voltasse. Mais tarde, virou minha referência pra outros trabalhos como caminhoneiro. Acabei ficando até terminar o curso de caminhoneiro. Não precisava ir nos dias de aula.
Os pagamentos eram a cada duas semanas. Com um salário eu pagava o aluguel de um quarto, com o outro eu comprava comida. Fiquei nessa uns 3 meses.
Plantei árvores, preparei sistema subterrâneo de irrigação, plantei grama, ..., fiz paisagismo num bairro onde o valor das casas variava entre C$ 600.000,00 e C$3.000.000,00.
Bem, terminei o curso de caminhoneiro e passei desta pra melhor (financeiramente; o emprego era pior, Mas isso eu conto no próximo post).

7 comments:

Lúcia said...

JAMES!!!
TEU ZÍPER TÁ ABERTO!!!

hahaha

84 em moedas!!! Caramba!!! Haja moeda!!!! Fico imaginando vc plantando flores, fazendo o sistema de irrigação, hahahaha, haja paciência, né?

Passei dessa para melhor... só vc mesmo...

Abraço

Anonymous said...

Sei... O ziper da jaqueta!
Captain Forr

Lúcia said...

hahaha
E daí, o salmão já está voando?

Angela Natel said...

Como missionária, voluntária, sei o que é ficar sem dinheiro e, do nada, alguém com pouco me ajudar a passar por uma tormenta financeira. Deus te abençoe ricamente. Ele sempre retribui. Que nunca nada te falte. Bjs.

Parada pelo Caminho said...

Meu nome é Tania e estou procurando blogs de pessoas que estejam em Calgary
Um abraço

Anonymous said...

Encontrou 1!
Bem vinda Tania.
Captain Forr

Chris said...

Caramba Captain, que saia justa! Sabe na epoca da faculdade eu tbm passava esses perrengues de contar moedinhas. Quando batia vontade de comer doce eu apelava para aquelas mariolas de buteco. O resto era contadinho para xerox, comida... Mas gracas a Deus que nao e sempre assim, uma hora melhora!
E a gente aprende a ser mais administrativo!
rsrs
bju bju