Thursday, April 16, 2009

Canadá- Terra da vida fácil e $ sem limites... Parte 6.1

Não estava conseguindo emprego de caminhoneiro – ninguém chamava por causa das seguradoras que só queriam caminhoneiros experientes.
Vi o anúncio – que falava de um emprego e anunciava um salário muito mais alto que o real. Teria de ficar uns 2 anos na empresa pra conseguir o salário anunciado, mas isso são outros quinhentos. Eu precisava de emprego e salário; aquilo era emprego e pagava salário.
Fui com meu irmão. Preenchi formulários. Eu tinha 2 dos cursos exigidos (graças ao primeiro emprego no campo de petróleo). Ele não tinha. Meus formulários já estavam preenchidos quando finalmente o convenci a aplicar. Não sabíamos que a empresa daria os cursos exigidos.
Um dia depois, 3 empresas nos chamaram, inclusive esta última. Foi a que escolhemos.
Após 3 dias de cursos – H2S, Primeiros socorros, Como agir em caso de ataques de ursos (que podem acordar com o estouro dos dinamites), etc., etc., etc., fomos mandados pro campo.
Por algum motivo desconhecido, nós dois caímos nas graças dos chefes (tá certo que um deles era Latino, mas este nós só conhecemos uns dias depois). Quando podiam, nos selecionavam pros trabalhos mais leves.
Estavamos na região das pradarias de Provost, região plana, com aclives e declives longos, porém não muito íngrimes. Estávamos acostumados a fazer força, levantar peso, mas nada de exercícios aeróbicos. Estávamos sem o fôlego exigido para a tarefa.
O chefe, sem saber disso, já no primeiro dia me chamou de lado e me disse que o meu serviço seria diferente.
Falou:
-Fica aí na caçamba (da pick-up 4x4). Quando eu der uma buzinada, você joga um sensor. Quando eu der duas buzinadas, você joga um cabo fêmea. Quando eu parar, você joga um cabo macho, uma caixa e uma bateria (ainda hoje não sei a função das caixas...). Fiz isso.
Eu na boa, na caçamba da pick-up jogando equipamentos, enquanto o resto da equipe caminhava atrás, com neve até os joelhos (isso é muito cansativo), instalando aqueles sensores.
Eu na boa, a -33 graus Celsius, tomando vento (a temperatura mais baixa que eu enfrentei foi -43 Celsius em 1991 e novamente em 1996, mas a sensação térmica nesse dia era pior; a pick-up andando a 40km/h e eu tomando vento).
A noite eu não tinha voz... Uma semana com dor de garganta, e eu sou alérgico a absolutamente todos os analgésicos conhecidos. Só me restava sofrer.
Continua no próximo post.

2 comments:

Lúcia said...

Alégico a analgésicos? Ahhhhhhhhhhh que dó de você!!!
Viu, qual irmão te acompanhou nessas aventuras?
Abração

Anonymous said...

Foi o A. Orr.
Captain Forr