Tuesday, May 12, 2009

Canadá- Terra da vida fácil e $ sem limites... Parte 6.7

A cada dia uma dificuldade diferente... Trabalho iniciando perto da estrada; o uso do helicóptero não justificava, então, caminhávamos 300 – 400 metros pra iniciar o rabalho (cerca de uma hora caminhando ANTES de iniciarmos o trabalho).
Como já disse, o trabalho era exastivo e exigia demais.
Eu tinha 3 pares de luvas semi-impermeáveis. Um colega encharcou a mão. Eu emprestei um dos meus pares de luvas (no frio intenso não se brinca; se os dedos congelarem e o socorro não for imediato, a amputação é certa. Se o socorro for imediato, a dor ainda vai ser muito intensa).
Eu suava e perdia líquido. Tinha de rehidratar. Não conseguia abrir o zíper pequeno da mochila com aquelas luas grossas. Tirei a luva, tomei uns goles de água. Coloquei a luva novamente. Nesses p;oucos segundos, minha luva suada congelou. Quando eu coloquei a luva congelada, a mão doeu até os ossos. Que dor horrível.
Bateu o desespero. Ainda tinha horas de trabalho pela frente, e, mesmo que deixasse de trabalhar pra buscar socorro, ainda teria de caminhar horas com neve até a cintura pra chegar à clareira ou estrada mais próxima. Agora eu tinha de conservar meu último par de luvas secas por horas. Aida tinha de trabalhar por horas.
Uma vez terminado o serviço, os lugares nos carros eram contados; nenhuma das pick-ups tinha lugar sobrando, por isso, tinhamos de esperar até o último trabalhador da última equipe antes de partirmos de volta ao acampamento. O que fazer nesse caso?
Reuníamos todos os trabalhadores que já estavam de volta no ponto de partida e preparávamos os equipamentos em sacos gigantes pro helicóptero entregar no próximo dia.
Algumas pessoas (estrangeiros) estavam com friozinho... todo mundo trabalhado e esses 4 rapazes entraram numa das pick-ups pra se esquentar. O José (o chefe que gostava de mim e do meu irmão) foi até o carro chamar eles pro trabalho. Imediatamente um deles trancou o carro por dentro. Pois é. Mudei de trabalho e troquei de colegas vagabundos, só não me livrei deles!
Meu irmão ficou nervoso e, falando comigo, chingou eles (em português, mas falando do país de origem ): “ Esses ******(inserir país de origem aqui) são todos vagabundos!”
Sorte! Nós já estavamos longe do carro e eles não ouviram. Quando o último trabalhador chegou, fui escalado pro mesmo carro desses rapazes... Descobri que dois deles falavam português fluentemente (moraram muitos anos em Cuba e aprenderam com amigos brasileiros).
No refeitório, chamei meu irmão e falei pra ele cuidar com as palavras... Em português, chamei esses dois vagabundos pra sentar com a gente. Meu irmão entendeu o recado! Ele poderia ser processado or “racismo”!

3 comments:

Lúcia said...

Aiaiaiaiai... que situação...
Viu, postei um vídeo, dá uma olhada, se vc souber detalhes me passe que eu atualizo o post.

Abraço

Chris said...

Nossa, sempre acontecem coisas que completam ainda mais a situacao de calamidade!
Mas sempre que leio as suas historias eu lembro do programa da Discovery, o "i shouldn't be alive". Puts, eu vejo e fico agoniada! Os piores casos sao do frio, pelo menos para mim. Vi dois casos dos caras que ficaram dias no gelo. Um perdeu o nariz, e colocou um de plastico no lugar, e o outro perdeu a perna, porque ele tinha ficado preso numa avalanche. Mas hoje em dia ele usa perna de titanio. Suas historias sao de trabalhao, mas geralmente esses caras vivem esses perrrengues por aventura... Esses caras foram escalar a montanha la e acampar, dai sempre acontece algum imprevisto. =/
Mas, como o proprio nome do programa diz, eles estao vivos.

bjus

E agora Lelé? said...

Menino,
Fiquei um tempo sem aparecer, mas todo mundo tem que trabalhar, né? kkkkkk
Meu problema na maior parte do ano aqui em Ribeirão Preto - SP é exatamente contrário ao seu. Ô lugar para fazer calor!!!
Um friozinho até é bom, mas isso que vcs passam aí é indecente!
Pior ainda é poder ser processado por dizer a verdade... kkkkkkkkk